Como já vem sendo tradição, o Campo Pequeno encerrou o Abono de 2013 com uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa. Na passada quinta-feira, a praça quase encheu para reviver o esplendor da Touradas Reais do século XVIII. A evocação histórica foi brilhante, não só pelo conjunto, mas também pelo garbo posto por cada um dos figurantes no papel que lhe coube e que desempenharam com a máxima entrega.

Inicialmente anunciados seis toiros da divisa Fernandes Castro, três deles acabaram por ser substituídos por Passanhas, visto que dois dos da ganadaria titular se inutilizaram nas operações e embarque na Herdade da Ervideira onde pasta a ganadaria. Tanto os Castros como os Passanha estavam bem apresentados. De temperamentos diferentes, dado que são ganadarias de encastes diferentes (Parladé-Atanásio e Murube, respectivamente), os toiros saíram dentro do que era previsível quanto a condições de lide. Mais difíceis os Castros, mas lidáveis, mais suaves para os cavaleiros os Passanha. Para os forcados, ambos foram da máxima dureza.

No cartel figurava os nomes dos cavaleiros Joao Moura, Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Vitor Ribeiro e Marcos Bastinhas e o rojoneador colombiano Jacobo Botero. Pegaram os grupos de forcados amadores de Santarém (cabo Diogo Sepúlveda) e Montemor (Cabo António Vacas de Carvalho).

Os Castros saíram aos três cavaleiros mais antigos. Moura, com a sua experiência, mostrou que também sabe lidar toiros difíceis. Bastinhas, com a mesma alegria e jovialidade de sempre, resolveu a papeleta entre grandes ovações e Rui Salvador despachou com profissionalismo o Castro menos colaborante.

Vitor Ribeiro brilhou com o Passanha que lhe coube lidar, conseguindo um das suas melhores actuações de sempre em Lisboa. Marcos Bastinhas, com outro Passanha colaborante, arrebatou fartos aplausos pela entrega demonstrada durante toda a lide. O ultimo Passanha saiu para Jacobo Botero que ficou logo com o público na mão ao recebe-lo com um ferro à gaiola. A sua actuação foi vibrante e o público não regateou aplausos pela entrega do artista.

Noite difícil para os forcados, por Montemor  Francisco Borges à 2ª tentativa, João Romão Tavares ao 1º intento e o novo cabo do grupo, António Vacas de Carvalho, ao 4º intento. Por Santarém, João Brito ao primeiro intento, João Góis ao terceiro intento e por fim, João Torres ao segundo intento, depois de ter perdido os sentidos na sua primeira tentativa. 

O antigo cabo do grupo de Santarém, Carlos Grave, protagonizou um incidente lamentável ao agredir um elemento da Cruz Vermelha. O incidente ocorreu quando a equipa da Cruz Vermelha tentava retirar da arena, em maca, o forcado João Torres. Como o toiro investisse sobre o grupo, os pessoal da Cruz Vermelha abandonou a maca na arena, com o o forcado. Vendo isso, Carlos Grave, que se encontrava numa barreira do sector 7, saltou para a zona entre barreiras e agrediu à cabeçada um dos elementos da Cruz Vermelha que procedera ao socorro, na arena. Foi detido para identificação pela PSP.

 

 

 

JOSE DIAS